Descrição:====Cachaça Limeirinha de 600ML Produto cheio e lacrado, sem vazamentos. Produto 100% original.
Os detalhes da fabricação, que incluía seis meses de descanso em barris de madeira de jequitibá rosa, são contados pelo aposentado Dinarte Bassinello, 79, que trabalhou 52 anos na fazenda da família, 26 deles como diretor na produção da aguardente. “A qualidade da bebida era inquestionável. A produção era feita com muito esmero. A cana era cortada madura, a fermentação no ciclo correto, tudo bem observado para ficar no ponto”, conta ele, lembrando que as terras boas contribuíam na produção.
Quando a família comprou as terras, em 1936, vindos da fazenda Costa Pinto em Piracicaba, a cultura na Santa Adélia era do café. Em 1939 predominou a produção do algodão, até o cultivo da cana e aguardente, a partir de 1942, que era a especialidade da família nas antigas terras da cidade vizinha. Dinarte tinha cinco anos quando a família assumiu o local. “Fui testemunha de tudo. Era pequeno e não tinha o que fazer, para onde ir, a não ser ficar no sítio”, lembra. A sua geração cuidou dos négocios, divididos entre irmãos e primos, chefiados pelo seu tio que era o gerente-geral, Luiz Bassinello.
As terras chegaram a somar 270 alqueires, se estendendo da divisa com Iracemápolis até onde hoje é o Isca. “A área da faculdade, fomos nós que doamos. Temos documentado”, garante. “O restante foi sendo dividido e loteado”, acrescenta, se referindo aos bairros Águas da Serra e Santa Adélia.
No auge do funcionamento do engenho, no entanto, a estrada era de terra e, como pontua, o número de carros existentes na cidade “dava para contar nos dedos. Transporte era na charrete”.
LINHA DE PRODUÇÃO
Embora tivesse, na época, outra concorrente limeirense, a aguardente Itapema, Dinarte diz que venda nunca foi problema. “Sempre foi disputada. Vendíamos a granel e engarrafada. Apesar de pequeno, o engenho fabricava quatro milhões de litros ao ano.
A produção, que começou artesanal, com embalagem “manual, rudimentar”, como ele pontua, passou por ampliações e foi industrializada. “O engenho foi montado com uma pequena moenda e um alambique, com fermentação em cochos de cimento. Poucos anos depois adquirimos uma nova moenda e fomos ampliando. O sistema de alimentação do engenho, que começou manual, passou para o mecanizado, com carregadeiras. A fermentação melhorou com sistema de dornas de ferro”, explica.
O negócio teve o ápice de vendas em Limeira no ano de 1977. “Foi um ano em que investimos em propaganda e vendemos 14 mil dúzias de garrafas só em Limeira”. Considerando que cada dúzia possuía oito litros, foram 112 mil litros naquele ano. “Possivelmente o equivalente a quase um litro por habitante da época”, estima.
O processo de embalagem mudou em 1951, com a importação de um equipamento da França, com capacidade para 1,5 mil garrafas por hora. “Hoje existem máquinas que dão conta de 30 mil por hora. A máquina lavava o casco, enxaguava, enchia, tampava e rotulava. Tudo mecânico”.
LIMEIRINHA NÃO ERA DE LIMEIRA
A Limeirinha, cuja marca era “a moça de blusinha azul”, do rótulo, era distribuída pela Brahma e Antártica, em garrfas de 600 ml. Mas, antes de adquirir a marca, de uma empresa de São Paulo, o produto era vendido a granel, sob o nome da família. “Além da chachaça Bassinello, comercializamos também a Morrão Craque, que não vingou no mercado. Mas ainda detemos a marca da Limeirinha”.
O negócio decaiu em concorrência com as grandes do ramo, como 51 e Três Fazendas. “Era venda com cheque e empréstimo de vasilhame, coisas que não podíamos arcar. Não pudemos acompanhar”, lamenta.
Ele e a esposa guardam um raro exemplar da produção que, além da moça de blusinha azul, tem a marca e registros da Fazenda Santa Adélia. O rótulo traz ainda o telefone da empresa: 2055, apenas quatro dígitos.
Dinarte se emociona ao relembrar do trabalho ao qual se dedicou e permaneceu até 1999, quando também cessou a produção. A fazenda foi vendida poucos anos depois, deixando lugar só para as lembranças, já que ele não tem nenhuma foto documentada, a não ser a pintura do engenho, feita por um neto.
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Descrição:====Cachaça Limeirinha de 600ML Produto cheio e lacrado, sem vazamentos. Produto 100% original.
Os detalhes da fabricação, que incluía seis meses de descanso em barris de madeira de jequitibá rosa, são contados pelo aposentado Dinarte Bassinello, 79, que trabalhou 52 anos na fazenda da família, 26 deles como diretor na produção da aguardente. “A qualidade da bebida era inquestionável. A produção era feita com muito esmero. A cana era cortada madura, a fermentação no ciclo correto, tudo bem observado para ficar no ponto”, conta ele, lembrando que as terras boas contribuíam na produção.
Quando a família comprou as terras, em 1936, vindos da fazenda Costa Pinto em Piracicaba, a cultura na Santa Adélia era do café. Em 1939 predominou a produção do algodão, até o cultivo da cana e aguardente, a partir de 1942, que era a especialidade da família nas antigas terras da cidade vizinha. Dinarte tinha cinco anos quando a família assumiu o local. “Fui testemunha de tudo. Era pequeno e não tinha o que fazer, para onde ir, a não ser ficar no sítio”, lembra. A sua geração cuidou dos négocios, divididos entre irmãos e primos, chefiados pelo seu tio que era o gerente-geral, Luiz Bassinello.
As terras chegaram a somar 270 alqueires, se estendendo da divisa com Iracemápolis até onde hoje é o Isca. “A área da faculdade, fomos nós que doamos. Temos documentado”, garante. “O restante foi sendo dividido e loteado”, acrescenta, se referindo aos bairros Águas da Serra e Santa Adélia.
No auge do funcionamento do engenho, no entanto, a estrada era de terra e, como pontua, o número de carros existentes na cidade “dava para contar nos dedos. Transporte era na charrete”.
LINHA DE PRODUÇÃO
Embora tivesse, na época, outra concorrente limeirense, a aguardente Itapema, Dinarte diz que venda nunca foi problema. “Sempre foi disputada. Vendíamos a granel e engarrafada. Apesar de pequeno, o engenho fabricava quatro milhões de litros ao ano.
A produção, que começou artesanal, com embalagem “manual, rudimentar”, como ele pontua, passou por ampliações e foi industrializada. “O engenho foi montado com uma pequena moenda e um alambique, com fermentação em cochos de cimento. Poucos anos depois adquirimos uma nova moenda e fomos ampliando. O sistema de alimentação do engenho, que começou manual, passou para o mecanizado, com carregadeiras. A fermentação melhorou com sistema de dornas de ferro”, explica.
O negócio teve o ápice de vendas em Limeira no ano de 1977. “Foi um ano em que investimos em propaganda e vendemos 14 mil dúzias de garrafas só em Limeira”. Considerando que cada dúzia possuía oito litros, foram 112 mil litros naquele ano. “Possivelmente o equivalente a quase um litro por habitante da época”, estima.
O processo de embalagem mudou em 1951, com a importação de um equipamento da França, com capacidade para 1,5 mil garrafas por hora. “Hoje existem máquinas que dão conta de 30 mil por hora. A máquina lavava o casco, enxaguava, enchia, tampava e rotulava. Tudo mecânico”.
LIMEIRINHA NÃO ERA DE LIMEIRA
A Limeirinha, cuja marca era “a moça de blusinha azul”, do rótulo, era distribuída pela Brahma e Antártica, em garrfas de 600 ml. Mas, antes de adquirir a marca, de uma empresa de São Paulo, o produto era vendido a granel, sob o nome da família. “Além da chachaça Bassinello, comercializamos também a Morrão Craque, que não vingou no mercado. Mas ainda detemos a marca da Limeirinha”.
O negócio decaiu em concorrência com as grandes do ramo, como 51 e Três Fazendas. “Era venda com cheque e empréstimo de vasilhame, coisas que não podíamos arcar. Não pudemos acompanhar”, lamenta.
Ele e a esposa guardam um raro exemplar da produção que, além da moça de blusinha azul, tem a marca e registros da Fazenda Santa Adélia. O rótulo traz ainda o telefone da empresa: 2055, apenas quatro dígitos.
Dinarte se emociona ao relembrar do trabalho ao qual se dedicou e permaneceu até 1999, quando também cessou a produção. A fazenda foi vendida poucos anos depois, deixando lugar só para as lembranças, já que ele não tem nenhuma foto documentada, a não ser a pintura do engenho, feita por um neto.
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